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Um Monstro e um Disnerd: sobre "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca"


A série de filmes da Tinker Bell começou bastante tímida. Eram filmes de enredo simples e com uma animação modesta que conseguia cumprir seu papel, mas não era capaz de ultrapassar o que eu chamo de "OK". Atualmente, já foram lançados 6 filmes, de um projeto que inicialmente teria apenas 5 longas, e o que eu percebo ao assistir ao último lançamento é que a série cresceu e conseguiu construir uma identidade que me agrada bastante. É importante ressaltar que esse sexto filme conta com uma trama simples e infantil, mas não infantilóide, mas que de forma lúdica consegue desenvolver pequenas reflexões sobre temas importantes, o que já é uma marca da saga de Tinker Bell, desde amizade e aceitação de diferenças, até confiança e autoconhecimento, como a é o caso de "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca".

Quando soube que o problemático cinema da minha cidade iria passar o filme, logo já decidi ir. Anteriormente, havia visto "Tinker Bell e o Segredo das Fadas" no cinema. Foi certamente um filme com uma produção menor do que aquelas vistas nos clássicos Disney, mas que não me decepcionou. Acabei por não ver "Tinker Bell: Fadas e Piratas" no cinema, não sei se foi por negligência minha ou se o cinema daqui não exibiu o filme. Acabei por ver em DVD mesmo, aí, nessa semana, foi a vez de reencontrar a Tinker Bell no cinema no "Monstro da Terra do Nunca." Foi um reencontro que me arrancou uma exclamação no final do filme, um "que horror!". No entanto, não havia nada horrível e eu posso explicar.


Várias surpresas rondaram a sessão de "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca". A primeira foi com o preço do ingresso. Pedi os ingressos no guichê, estava comprando 2, e a simpática tia disse 22 reais. 11 reais para uma meia entrada de cinema, numa sessão às 17 horas, na minha humilde cidade é um abuso. Levei um susto. Só havia um motivo: a sessão era em 3D e só havia ela. Não sou muito fã de exibições em 3D, mas seria ela ou nenhuma, então foi. A segunda surpresa: não havia mais ninguém na sala. Apenas eu e Ross, o chefão do Tags. Nenhuma criança, nenhuma tia, ninguém. Não gosto de cinema cheio e meia dúzia de crianças animadas já encheriam a pequena sala de cinema. Não reclamei.

O filme começou com um logo diferente do estúdio Disneytoon, que eu ainda não havia visto, e logo veio um panorama incrível do refúgio das fadas. Naquele instante, tive consciência do quanto a produção dos Tinker Bells evoluiu e hoje, não deve nada a outras animações. Além disso, o efeito 3D foi muito bem explorado. Talvez, tenha sido minha melhor experiência 3D com a Disney, superando tranquilamente Universidade Monstros, Operação Big Hero e Frozen. Nessa sessão pude experimentar o curioso universo das fadas com cenários muito bem detalhados e com uma produção bastante cuidadosa. Vendo tudo aquilo percebi que já estou familiarizado com o universo apresentado pelos Tinker Bells, essa é uma mágica das séries mais longas de filmes. Nós nos envolvemos, compartilhamos e nos tornamos um pouco parte daquele mundo.


O enredo, como eu já esperava, é bastante simples. Mas, há algo interessante. O filme, diferente dos outros, que mesmo envolvendo as amigas de Tinker Bell nas aventuras, continuava focado na Tinker, dessa vez, o filme é conduzido por Fawn, a fada dos animais. Ela é uma fada impetuosa que tem uma atração pelo incomum. Assim, movida por essa atração, Fawn encontra um monstro e toda a aventura do filme gira entorno dessa criatura única e, talvez, incompreendida. Na trama, vemos personagens que não precisam mais de apresentação e que já no parecem familiares e, por isso, o filme se desenrola suavemente. A ideia de um filme ter um "mascote" é algo clichê e uma tática bastante comum, mas é algo que me conquista facilmente. Desde o Tatá, Stitch ou Baymax e tantos outros "mascotes", a Disney consegue ganhar meu coração com esses amados. "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca" bebe dessa fonte.


É preciso dizer algo sobre as reflexões sutis que o filme propõe. Em primeiro lugar, sobre a imperfeição. As fadas são imperfeitas, ninguém é perfeito, nem fadas, nem pessoas, nem animais. Vemos as fadinhas lidando com isso e aprendendo a compreender as imperfeições dos outros e a aceitar e superar seus próprios erros. Em segundo lugar, vemos a evolução de Fawn. Ela viveu ouvindo todos dizendo que ela deveria usar a cabeça, a razão, e não o coração, a emoção e os sentimentos. Mas, temos um momento em que Fawn percebe que isso não é verdade. Ela descobre que razão e emoção não são forças antagônicas que lutam entre si dentro de nós. Fawn descobre que elas são complementares e que o verdadeiro equilíbrio não vem da hegemonia da cabeça sobre o coração, mas de um misto entre razão e emoção.


Por fim, já posso explicar minha exclamação: "que horror!" Eu não diria isso se tivesse sido um filme morno, sem graça e que não conseguisse despertar algum sentimento em mim. Eu não diria isso para uma animação tosca e sem importância, que só serviria pra encher ainda mais o catálogo de filmes Disney. Eu diria isso para um filme muito bem feito, com personagens carismáticos, com um cenário encantador, que conta uma história simples, mas cheia de significado e reflexões e com um final tocante, eu diria tocante até demais. "Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca" não é um filme "OK", mas um filme que valeria pagar uma entrada inteira de 22 reais de uma sessão 3D, num cinema capenga de uma cidade pequena.

Um comentário:

  1. Acabei de assistir e me encontro em prantos! Posso estar ficando cada vez mais velha, mas os filmes da tinkerbell são meus favoritos!

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